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Em  toda  parte

Nos Ares

Fotografia: Leonardo Reis e Daiana Almeida. Av. Domingos Olímpio

Eles estavam quase voando quando os avistamos. Os jovens irmãos Natanael, 24 anos e Júnior, 19 anos trabalham diariamente nos sinais. Mais artista de rua do que eles impossível. Os garotos foram avistados no sinal da Domingos Olímpio próximo ao centro de Fortaleza. Eles estavam concentrados com todo aquele público que avistaram, a entrevista foi um pouco complicada, as perguntas eram feitas de acordo com o sinal de trânsito. Quando o sinal estava fechado eles se apresentavam e quando o sinal abria eles respondiam às nossas perguntas.

 

De Repente estávamos no meio do sinal com eles, a mesma emoção? talvez não, mas, sentíamos alguma coisa. As fotos focaram no que eles tinham mais de essência humana. Em meios aos carros e motos todos se apresentavam. Quando Júnior subia nos ombros de Natanael parecia uma torre imensa com todas aquelas cores nas roupas e nos rostos.

 

O malabarismo deles começava lá nos céus e sempre falavam que com Deus tinham tudo. Os jovens aprendizes de arte de rua começaram com reciclagem, mas não conseguiam se sustentar somente com o dinheiro que ganhavam, então tiveram que se virar com outras coisas, então  o malabarismo entrou em suas vidas. Sempre respondiam felizes e com um sorriso no rosto.

 

Caminhos diferentes

 

Apesar de todos os caminhos eles conseguiram se erguer, foram vários empecilhos até chegarem onde estão “A vida nos trouxe até aqui, mas amamos o que fazemos” diz Natanael. Quando perguntamos da sua família e o que eles achavam sobre eles fazerem malabarismo nos sinais, disseram que a família deles apoiam e que o dinheiro que recebem dá pra ajudar em casa.

 

Sim, Natanael já tem dois filhos para amar e sustentar, quando perguntamos sobre eles os olhos de Natanael brilharam e a emoção venho a tona. Sonhos todos temos mas eles deixam claro o quanto aqueles sonhos deles vão ser uma meta de vida. Quando falam de seus sonhos dizem “Tenho sonho de conseguir juntar um dinheiro e montar um negócio próprio para mim, talvez um mercantil, oficina, fazer um curso de conserto de celular”, diz Natanael,  “Também quero fazer um curso, não quero ficar somente no sinal”, afirma Júnior.

 

Bolas voam em uma coordenação que somente eles conseguem reproduzir, chegaram a um nível que de tanta prática que virou comum. “Aprendemos com limão, começamos com 2, fomos para 3, passamos para quatro e agora nos tornamos bons, eu acho”. (Risadas). A caixa de recolher as moedas é uma caixa de ovo, porque ajuda na divisão das moedas e eles sempre andam com uma mochila jeans.

 

Já tínhamos todas as informações que queríamos e que descobrimos ao longo da entrevista. Pegamos o contato deles e falamos o quanto incríveis eram. Nos despedimos e saímos de volta a nossa jornada.

Por Leonardo Reis

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